TInformando - links para os meus blogs, YouTub e facebook http://tinformando-meus-blogues.blogspot.com/
quarta-feira, 22 de julho de 2015
Continuando minhas lembranças
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
04:36:00
Nenhum comentário:
terça-feira, 21 de julho de 2015
Um resumo
Na COPEL exerci diversas funções
chegando a Diretor de Operação em 1991 e Presidente em 1993. O período em que
lá trabalhei foi de grande desenvolvimento da empresa. Isto permitiu-me
vivenciar situações extremamente educativas, ou seja, acompanhei os problemas
de uma empresa de energia elétrica a partir de um estágio em que se encontrava
fragmentada, pequena, geradores diesel sendo a base energética de sistemas
isolados. Quando me desliguei da COPEL ela era uma companhia de quase 10 mil
empregados, 1400 MW de carga média e 3339 MW de potência instalada efetiva.
Iniciei minha atividade profissional na
COPEL em sua área de manutenção de
instrumentos e ensaios desde o início, de 1968 a dezembro de 1971.
Participei do comissionamento do compensador síncrono (23 MVA) de Campo Comprido,
da Usina de Júlio de Mesquita Filho (50 MW), Usina Parigot de Souza (250 MW),
reentrada de grupo gerador de Campo Mourão, recebimento das subestações de
Figueira (230 kV), Telêmaco Borba (138 kV), Foz do Iguaçu (138 kV), ensaios de
rotina em muitas outras subestações e usinas assim como trabalhos de manutenção
em sistemas de controle, proteção e medição. Essa fase de minha vida profissional
deu-me uma base importante para os desafios posteriores. Nela dediquei-me
essencialmente a auditorias técnicas,
utilizando equipamentos e ensaios gradualmente mais complexos, exigindo-se
compreensão do desempenho e características de projeto e operacionais.
Em 1972 fiz mestrado por ordem da COPEL
e voltei trabalhando na área de análise
do sistema de potência.
Em 1973 assumi a coordenação da
comissão que desenvolveu e implantou o sistema de “load-shedding” no Sul do
Brasil.
Estudos de load-flow, estabilidade,
surtos de tensão e religamento automático eram feitos pela minha equipe. Com a
criação de um grupo de planejamento integrado passamos a participar das
análises do plano de expansão da COPEL e do Sistema Interligado do Sul do
Brasil. O CCOI e, depois, o GCOI foram grandes espaços de trabalhos importantes
ao desempenho de nosso sistema, muito frágil até a entrada em operação da malha
de 500 kV.
Mesmo trabalhando na área de estudos
fui chamado a participar de ensaios especiais. Com a ANDE acompanhei a entrada
em operação do conversor de freqüência instalado em Acaray assim como de 3
geradores daquela usina. A colocação em operação do conversor de freqüência foi
um trabalho espetacular. Concluída a obra, mesmo com o apoio do fabricante e de
especialistas de alto nível, a máquina saia de sincronismo. Conseguimos fazê-la
operar e, com diversas baterias de ensaios, deixamo-la ajustada às condições de
transmissão existentes.
Vivemos uma fase de grandes desafios
pois os problemas de estabilidade
eram imensos.
Tive também a incumbência de reestudar
os ajustes das proteções das usinas
da COPEL, determinando novas regulagens.
Ao final da década de 70 envolvi-me
completamente no comissionamento da Usina Governador Bento Munhoz da Rocha
Netto (1676 MW). Nesse espírito participei de missão à Europa e América do
Norte para avaliação do estado da arte em subestações blindadas e isoladas com
SF6. Na França e Itália participei do comissionamento de painéis e regulador de
velocidade da Usina de GBM. Participei de diversas reuniões para
estabelecimento de parâmetros desta usina.
A partir de 1980 voltei para a área de
ensaios e manutenção de instrumentos. Com recursos de bancos internacionais
gerenciei a substituição dos aparelhos de testes e medidas. Assim tivemos a
oportunidade de aproveitar novas tecnologias, em especial a utilização de
aparelhos digitais com conexão GP-IB. A área de ensaios foi reestruturada e
preparada para novas tecnologias de ensaios.
Assumi o departamento de manutenção de usinas onde implantamos o
controle da manutenção preventiva (COMAP), sistemas à base de PERT para
gerenciamento de grandes manutenções, novas técnicas e planos de manutenção e
iniciamos a utilização de sistemas de gerenciamento informatizados. Formamos
uma equipe que tem sido expoente dentro da empresa, destacando-se pelo alto
nível de treinamento e capacidade de trabalho.
Na diretoria pude determinar a
implantação do telecomando e automação em subestações e usinas, além
da substituição do sistema de telesupervisão do sistema Copel.
Tendo sido conselheiro (junho 91 a
setembro de 1991) e presidente (setembro de 1991 a dezembro de 1994) do
Conselho de administração do LAC (atuamos para a revitalização daquele
centro de pesquisa. Assim gestionamos para a obtenção de recursos, que
alavancaram o LAC. Refizemos contrato com o CEHPAR (Centro
de Hidráulica e Hidrologia Professor Parigot de Souza).
Nessa época, aproveitando oportunidade criada com a construção da Usina
de Caxias, criamos o LAME, posteriormente absorvido pelo LACTEC (antigo
LAC) com o nome Laboratório de Instrumentação para Diagnóstico
de Materiais.
Na Copel implantamos uma coleção de
relatórios eletrônicos e, principalmente, o correio eletrônico (Connect). Nessa
época tivemos o comissionamento da Usina de Segredo (1260 MW).
Presidente da COPEL, minha primeira
decisão foi criar o Escritório de Qualidade, subordinado à presidência. Em
contrato com a Fundação Christiano Ottoni iniciamos a implementação do
“Programa de Qualidade Total”, assim
como o programa de treinamento “Executivo ano 2000”. A grande meta era mudar a
cultura da empresa, ajustando-a aos desafios da qualidade, produtividade e
competitividade.
Na Presidência iniciei a construção da Usina
de Salto Caxias (1200 MW) e da Derivação do Rio Jordão,
acrescentando 57 MW de geração firme à Segredo e uma geração de 6,5 MW no Rio
Jordão. Este trabalho acrescentou à minha vivência política e gerencial a
experiência da negociação com ONGs
aguerridas, principalmente as ligadas à Igreja Católica, os ecologistas,
sociedades ruralistas e outros. A burocracia junto ao DNAEE, ELETROBRÁS e
secretarias do estado do Paraná foi um desafio vencido com competência por
nossas equipes. Como Presidente tive de defender esses projetos junto à
Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, comunidades e outros grupos de
vigilância civil. O bom conceito da COPEL ajudou muito.
Generalizamos o uso do correio eletrônico, terminais e relatórios
eletrônicos. A área de comunicação teve um grande incremento. Na COPEL essa
área encontrava-se desatualizada, prejudicando a implementação de muitas
técnicas importantes à sua otimização.
Iniciamos a implantação de linhas de
distribuição semi isoladas. Negociando com as prefeituras a COPEL estabeleceu
um plano de divisão de custos, permitindo o estabelecimento de um programa
ambicioso e que visava resolver a baixa confiabilidade das redes de
distribuição em áreas arborizadas.
Com o IAPAR e a UFPR iniciamos a
implantação do Sistema de Meteorologia do Paraná (SIMEPAR). Assim o Paraná agora condições de operar suas usinas com
maior segurança além de reduzir perdas enormes na agricultura e outras
atividades.
Abrimos o capital da COPEL, iniciando o
processo de abertura de seu capital junto à Bolsa de Valores e autoridades políticas.
Criamos com a DUTOPAR e COPEL a
Companhia Paranaense de Gás (COMPAGÁS).
A negociação para a criação desta empresa foi difícil pois a princípio haveria
a participação da Petrobrás. Esta empresa (PETROBRÁS) forçou a criação da
COMPAGÁS, querendo ser sócia da distribuição do gás no Paraná. Ao final foi
impedida pelo próprio Governo Federal de fazê-lo. Na DUTOPAR o maior acionista
era a GASPART, com quem tivemos um diálogo mais objetivo. A COMPAGÁS herdou o
acervo técnico da COPEL gerado em muitos anos de estudos do mercado paranaense.
Como sua subsidiária, a COPEL é a acionista majoritária, formando equipes e
negociando com as empresas paranaenses a utilização do gás importado via
gasoduto Brasil / Bolívia. Em uma primeira etapa pretendeu-se utilizar
excedentes do gás da refinaria, REPAR.
O uso de fibras óticas intensificou-se,
culminando com a assinatura de um convênio com a TELEPAR para a implantação de
um grande circuito envolvendo as grandes cidades paranaenses com cabos OPGW.
Nesse período fui presidente da ACESA, quando participei de
articulações em torno da reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro.
Fui também membro do Conselho de
Administração do CEPEL (outubro de 1991 a janeiro de 1995). Como
presidente da COPEL participei de diversos conselhos.
Note-se que no Paraná o presidente da
COPEL reporta-se diretamente ao governador. Isto implica em grande atividade
política neste cargo. Isto tornou-se intenso com as decisões tomadas no período.
O presidente da COPEL era o responsável pelo planejamento energético do Estado
do Paraná. A criação da COMPAGÁS, subsidiária da COPEL, mostrou bem esta
condição.
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
13:05:00
Nenhum comentário:
Assinar:
Postagens (Atom)